CARGANDO

BOAS PRÁTICAS PECUÁRIAS Pantanal

Brasil, Bolívia y Paraguai

Maior planície inundável do mundo, com 200.000 km² espalhados entre o Brasil, a Bolívia e o Paraguai, o Pantanal é um mosaico de campos inundados, savanas e florestas tropicais que fornece água e outros serviços ambientais para grande parte da América do Sul. Apesar de sua magnífica beleza natural e rica biodiversidade, menos de 5% do Pantanal é protegido 19.

BIODIVERSIDADE

Mais de 3.500 espécies de plantas, 656 espécies de pássaros, 325 espécies de peixes, 53 anfíbios, 98 répteis e 159 mamíferos 20. Podem ser encontrados exemplares de onça-pintada (Panthera onca), arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus), ariranha (Pteronura brasiliensis) e cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus).

© Jorge André Diehl / WWF Brasil

PROBLEMÁTICAS

O Pantanal enfrenta atualmente desafios de intensidade crescente, como o aumento da ocorrência de secas extremas e incêndios, a instalação de assentamentos não planejados e a implementação de práticas agrícolas insustentáveis. Em 2024, os incêndios no Pantanal registraram o pior primeiro semestre dos últimos 26 anos, com junho estabelecendo um recorde de queimadas.

  • Ameaça ao livre fluxo dos rios causada pela criação de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH).
  • Mudança no uso da terra e desmatamento, afetando o tempo de recuperação natural dos ambientes.
  • Aumento de secas e incêndios que causam perda de biodiversidade.

O Pantanal, chamado de “reino das águas”, é um imenso reservatório de água doce, muito importante para o abastecimento de água, a estabilização do clima e a conservação do solo em todo o mundo. É possível conciliar a produção de alimentos, incluindo a pecuária, respeitando a escala e as boas práticas necessárias para a manutenção da vegetação natural, do solo, da água e da cultura local.

A criação insustentável de gado, bem como as monoculturas e a contaminação do solo e dos recursos hídricos com insumos agrícolas são ameaças para esse bioma.

Nas últimas décadas, tem havido uma pressão crescente para a instalação de projetos de infraestrutura com sérios impactos ambientais, incluindo a instalação de usinas hidrelétricas nas cabeceiras dos rios. O número crescente desses projetos já está modificando o ciclo hidrológico e o equilíbrio de todo o ecossistema.

O Pantanal, chamado de “reino das águas”, é um imenso reservatório de água doce, muito importante para o abastecimento de água, a estabilização do clima e a conservação do solo em todo o mundo. É possível conciliar a produção de alimentos, incluindo a pecuária, respeitando a escala e as boas práticas necessárias para a manutenção da vegetação natural, do solo, da água e da cultura local.

 

A criação insustentável de gado, bem como as monoculturas e a contaminação do solo e dos recursos hídricos com insumos agrícolas são ameaças para esse bioma.

 

Nas últimas décadas, tem havido uma pressão crescente para a instalação de projetos de infraestrutura com sérios impactos ambientais, incluindo a instalação de usinas hidrelétricas nas cabeceiras dos rios. O número crescente desses projetos já está modificando o ciclo hidrológico e o equilíbrio de todo o ecossistema.

Oportunidades

A melhoria da qualidade do produto cárneo é uma oportunidade oferecida pela região. Alguns produtores do Pantanal estão buscando parcerias para certificar a sustentabilidade de sua produção pecuária. Ao combinar a produção pecuária com a conservação dos recursos naturais do Pantanal, desempenham um papel transformador em termos de produtividade e uso eficiente da paisagem.

Manter os serviços ecossistêmicos ajuda a reduzir a demanda por insumos químicos, como pesticidas e fertilizantes sintéticos.

As boas práticas de pecuária ajudam a abrir espaços em mercados mais exigentes dentro e fora do Brasil.

Contribuem para a preservação da biodiversidade e da segurança hídrica no Cerrado e em outros biomas.

© Augusto Alves Simão / WWF Brasil

Boas práticas pecuárias

O manejo sustentável de áreas úmidas permite conciliar a conservação dessa região única com a produção de alimentos, melhorando a lucratividade e a estabilidade dos negócios.

Recuperar as pastagens naturais degradadas.

Reduzir o acúmulo de biomassa seca para minimizar o risco de incêndio e melhorar a palatabilidade da vegetação natural.

Construir barragens e bebedouros e utilizar canais, bombas, encanamentos e tanques escavados para fornecer água ao gado, evitando que os animais percorram mais de 2 km para se hidratar.

Utilizar uma abordagem de paisagem para garantir a conectividade e aplicar um gerenciamento e planejamento holísticos de áreas úmidas, florestas, pradarias e pastagens, mantendo sua estrutura e funcionalidade, dando prioridade às espécies nativas.

Favorecer a coexistência harmônica entre animais domésticos e selvagens.

Reduzir e, de preferência, eliminar o uso de agroquímicos e aumentar o uso de bioinsumos.

Garantir condições de trabalho adequadas, respeitando os direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras. Gerar oportunidades de crescimento pessoal e treinamento de acordo com as responsabilidades e tarefas.

© Jaap van der Waarde / WWF Netherlands

ESTUDO DE CASO FAZENDA SANTA FE DO CORIXINHO – PANTANAL

CORUMBA, MATO GROSSO DO SUL, BRASIL.

A fazenda Santa Fé do Corixinho é uma unidade de porte médio que produz vacas seguindo as diretrizes da pecuária orgânica, com baixo uso de insumos, alimentação a pasto e preservação de grandes extensões de campo com sua vegetação natural. A fazenda convive com os ciclos de inundação do Pantanal, buscando evitar a perda de áreas naturais em uma região onde mais de 95% do território é composto por grandes fazendas dedicadas à criação de gado 21.

ÁREAS DE SUPERFÍCIE POR TIPO DE AMBIENTE (HECTARES)

  • 11.287Área total

  • 4.310Vegetação nativa lenhosa

  • 3.700Pastagens implantadas

  • 3.270Pastagens naturais

© Andre Dib / WWF Brasil

Características

  • Manejo

    Manejo racional das pastagens. Adoção do sistema de Pastagens Ecológicas, introduzindo pastagens implantadas respeitando as porcentagens definidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para substituir as pastagens nativas de baixa qualidade, preservando as árvores e a fitofisionomia. É aplicado o sistema Voisin, com troca de lotes a cada 3 dias.

  • Sanidade, nutrição e rastreabilidade dos animais

    Fitoterapia e bioinsumos em nutrição e saúde animal. Alta tecnologia em suplementação nutricional. Adesão a processos de certificação ecológicos e sustentáveis e 100% de rastreabilidade com identificação individual por meio de dispositivos eletrônicos.

  • Eficiência da taxa de lotação bovina

    A taxa de lotação pode ser dobrada de 0,25 para 0,5 unidade animal/ha. A taxa de lotação histórica (0,53 unidade animal/ha) foi mantida, com um aumento de mais de 50% na produção.

  • Qualidade da água

    Abastecimento de água com distribuição por gravidade a bebedouros para garantir a qualidade.

  • Fertilização

    Fertilização biológica das pastagens com microrganismos nativos.Fertilización biológica de pasturas con microorganismos nativos.

  • Dependência de insumos externos

    Melhoria dos índices zootécnicos com baixo uso de insumos externos. Aumento do índice de produtividade do rebanho de 21% para 33%.

  • Índice geral de fertilidade

    O índice geral de fertilidade é de 75%, superando a média regional de 55%.

BIODIVERSIDADE

Há preservação de importantes fitofisionomias, contribuindo para a conservação da biodiversidade e a resiliência do sistema produtivo. Nas inundações, o gado é levado para áreas não alagadas, deixando a terra em repouso por meses, liberando a área para a vida selvagem.

  • CAPIVARA Hydrochoerus hydrochaeris

    © Henry Maillet & Jeff Wong WWF-Paraguay

  • TAMANDUÁ-MIRIMTamandua tetradactyla

    © Isis Mei Medri WWF-Brazil

  • ARARA-AZULAnodorhynchus hyacinthinus

    © Paulo Behar WWF-Brazil

  • JACARÉ-DO-PANTANALCaiman yacare

    © Henry Maillet & Jeff Wong WWF-Paraguay

  • ONÇA-PINTADAPanthera onca

    © Pedro Santiago Amora WWF-Brazil