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BOAS PRÁTICAS PECUÁRIAS Pampas

Argentina

Originalmente cobertos por pastagens naturais, os Pampas ocupam quase 8% da Argentina, metade do estado do Rio Grande do Sul, no Brasil, e todo o Uruguai. Possui um conjunto de vida selvagem que é exclusivo das pastagens e não é encontrado em outros ambientes.

BIODIVERSIDADE

Mais de 550 gramíneas, 500 espécies de aves, das quais 60 são endêmicas do campo, e pelo menos 100 mamíferos terrestres, incluindo o veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus), o mamífero mais ameaçado da região 16.

© Pablo Preliasco / Fundación vida Silvestre Argentina

PROBLEMÁTICAS

Historicamente, a região dos Pampas tem sido o coração agrícola e pecuário dos três países. Somente entre 2000 e 2019, 5 milhões de hectares foram convertidos para uso agrícola, e atualmente restam menos de 20% da vegetação original da região 17. Os últimos remanescentes dos Pampas estão ameaçados pela intensificação da pecuária baseada em insumos, novas tecnologias para a agricultura e o avanço do florestamento, resultando em:

  • Perda de biodiversidade.
  • Degradação do solo.
  • Diminuição do fornecimento de serviços ecossistêmicos vitais.

O pastoreio de gado em pastagens naturais permite a coexistência do gado com a vida selvagem nativa, incluindo espécies ameaçadas de extinção. Além disso, o pastoreio favorece o ciclo de carbono e a infiltração de água, contribuindo para a produção de alimentos ambientalmente adequados. A criação de gado em pastagens naturais também exige mão de obra local, gerando raízes rurais e a manutenção da cultura gaúcha.

A conversão para a agricultura substitui pastagens naturais por monoculturas, gerando perda de hábitat para a fauna e a extinção de toda a flora. Além disso, devido ao seu alto nível de mecanização, a agricultura industrial expulsa a população rural.

A conversão de pastagens naturais em plantações florestais é a mais recente e extrema mudança de uso da terra nos Pampas. Recentemente, no contexto da luta contra as mudanças climáticas, o florestamento foi incentivado em detrimento das pastagens. Dessa forma, os outros pilares da sustentabilidade estão sendo negligenciados, causando a extinção local da flora e da fauna nativas, alterando o ciclo da água, a salinidade e as propriedades do solo.

A criação de gado em pastagens implantadas mantém algumas funções do ecossistema, como o sequestro de carbono e a absorção de água, mas elimina a fauna e a flora nativas.

Para conservar a vida selvagem e os ecossistemas na região dos Pampas, a conversão de pastagens naturais precisa ser minimizada ou interrompida. Qualquer outro uso do solo deve estar sujeito a um plano de uso da terra.

O pastoreio de gado em pastagens naturais permite a coexistência do gado com a vida selvagem nativa, incluindo espécies ameaçadas de extinção. Além disso, o pastoreio favorece o ciclo de carbono e a infiltração de água, contribuindo para a produção de alimentos ambientalmente adequados. A criação de gado em pastagens naturais também exige mão de obra local, gerando raízes rurais e a manutenção da cultura gaúcha.

 

 

A conversão para a agricultura substitui pastagens naturais por monoculturas, gerando perda de hábitat para a fauna e a extinção de toda a flora. Além disso, devido ao seu alto nível de mecanização, a agricultura industrial expulsa a população rural.

 

A conversão de pastagens naturais em plantações florestais é a mais recente e extrema mudança de uso da terra nos Pampas. Recentemente, no contexto da luta contra as mudanças climáticas, o florestamento foi incentivado em detrimento das pastagens. Dessa forma, os outros pilares da sustentabilidade estão sendo negligenciados, causando a extinção local da flora e da fauna nativas, alterando o ciclo da água, a salinidade e as propriedades do solo.

 

A criação de gado em pastagens implantadas mantém algumas funções do ecossistema, como o sequestro de carbono e a absorção de água, mas elimina a fauna e a flora nativas.

Para conservar a vida selvagem e os ecossistemas na região dos Pampas, a conversão de pastagens naturais precisa ser minimizada ou interrompida. Qualquer outro uso do solo deve estar sujeito a um plano de uso da terra.

Oportunidades

Existem modelos de pecuária comprovados, baseados em tecnologias de processos e com resultados econômicos semelhantes aos sistemas de pecuária intensiva, mantendo toda a biodiversidade nativa. Esses modelos são baseados no manejo de pastagens naturais com a promoção de espécies de maior valor forrageiro. Eles melhoram os seguintes indicadores:

Aumento da produtividade em relação aos sistemas de pastejo contínuo e estabilidade do sistema de produção diante das mudanças climáticas e de mercado.

Melhoria dos índices de biodiversidade, maior proteção do solo, redução das emissões de gases de efeito estufa e regulação dos ciclos da água.

Reconhecimento e revalorização da cultura pecuária tradicional e das raízes populacionais.

© Fundación vida Silvestre Argentina

Boas práticas pecuárias

O manejo sustentável de pastagens para fins de produção e conservação aumenta a qualidade e a quantidade de forragem, melhorando a lucratividade e a estabilidade do negócio.

Conservar áreas de vegetação natural, ou seja, sem conversão do ambiente natural, e promover seu uso sustentável, como pastagem ou silvicultura.

Avaliar a potencial contribuição da fazenda para a continuidade dos ambientes naturais e planejar o uso em escala de paisagem.

Manter áreas intangíveis dedicadas à conservação.

Nos sistemas agrícolas, priorizar a cobertura permanente do solo e promover a rotação da agricultura com a pecuária e as pastagens perenes.

Utilizar culturas e pastagens adaptadas a cada tipo de solo e procurar sua correta implantação.

Preservar a vegetação natural em lagoas e planícies alagadas, impedindo o acesso de animais.

Planejar o pastoreio, priorizando a integração do gado aos sistemas naturais, mantendo sua estrutura e funcionalidade.

Ajustar o tamanho do rebanho e selecionar as categorias de animais de acordo com as necessidades e a disponibilidade de forragem, tentando estabilizar o estoque de reprodução e gerenciar a recria e a invernada segundo a disponibilidade de forragem.

Favorecer a coexistência harmoniosa da pecuária com a vida selvagem: manejo não letal de predadores, uso restrito de cães, proibição da caça de animais nativos.

Garantir condições de trabalho adequadas para os/as trabalhadores/as e gerar oportunidades de crescimento pessoal e treinamento de acordo com as responsabilidades e tarefas.

© Fundación vida Silvestre Argentina

ESTUDO DE CASO FAZENDA LOS ÑANDUCES – PAMPAS

GENERAL LAVALLE, PROVINCIA DE BUENOS AIRES, ARGENTINA.

A fazenda Los Ñanduces é uma reserva privada de pecuária que busca combinar a produção sustentável de gado com a conservação das pastagens nativas dos Pampas, mantendo a rentabilidade econômica.

ÁREAS DE SUPERFÍCIE POR TIPO DE AMBIENTE (HECTARES)

  • 2.000Área total

  • 304Floresta nativa

  • 1.017Pastagens naturais

  • 481Planícies alcalinas

  • 65Planícies doces

  • 40Áreas intangíveis

© Yawar Films / Fundación vida Silvestre Argentina

Características

  • Produção de carne/ha

    A produção de carne é de 110 kg/ha/ano, superior à média da área.

  • Recursos humanos

    1,5 funcionário; complementados com mão de obra temporária para tarefas específicas (capar etc.).

  • Treinamento do pessoal

    O pessoal tem um nível de treinamento mais alto do que em um sistema convencional.

  • Manejo

    Subdivisão em piquetes de acordo com os diferentes ambientes. São promovidas espécies forrageiras de inverno de aproveitamento direto, sem herbicidas. É realizada uma rotação, intervindo em pequenas porções do campo com cargas elevadas, deixando uma grande parte do campo livre o tempo todo.

  • Conservação

    100% da propriedade mantém a cobertura vegetal natural. A caça à fauna nativa é proibida. A propriedade entrou para a Rede de Reservas Privadas . e 40 hectares intangíveis são conservados.

  • Controle químico

    Apenas ocasionalmente em espécies exóticas invasoras, como cardo (Cardus spp.), ligustro (Ligustrum lucidum), lódão-bastardo (Celtis australis) e louro (Laurus novilis). Não são usados herbicidas de amplo espectro, como o glifosato.

  • Períodos desfavoráveis

    Em alguns anos, é implementada a criação de bezerros como estratégia de proteção em alguns anos.

  • Suplementação

    Às vezes, é feita a suplementação com rolos de feno.

  • Bem-estar animal

    A fazenda possui abrigo no inverno e sombra no verão. O gado não sofre estresse por causa de cães ou maus-tratos. São usadas raças adequadas para a região.

  • Consumo de energia fóssil/unidade de produto

    Praticamente nulo. Não há lavoura. É utilizada energia solar nas moradias e energia eólica ou solar para extração de água.

  • Intensidade das emissões de GEE

    As emissões de gases de efeito estufa são menores em comparação com outros sistemas devido à alta produção de carne e às baixas emissões totais.

  • Adaptação às mudanças climáticas

    O sistema é mais estável no longo prazo em relação a secas e inundações porque a vegetação nativa é altamente diversificada e adaptável a eventos climáticos extremos.

  • Solos

    Mantém a cobertura vegetal permanente, reduzindo os processos de erosão e compactação.

  • Estrutura do solo

    A estrutura do solo é melhorada pelas longas pausas e pela ausência de aragem.

BIODIVERSIDADE

A área total da fazenda é composta por ambientes naturais, não convertidos. Contém uma variedade quase completa de fauna com a presença de: gato-do-mato-grande (Leopardus geoffroyi), puma (Puma concolor), ema (Rhea americana), gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris), tatu-peludo (Chaetophractus villosus), zorrilho (Conepatus chinga), capivara (Hydrochoerus hydrochaeris) e tatu-mulita (Dasypus hybridus).
Além disso, foi realizada a reintrodução da viscacha (Lagostomus maximus), extinta localmente.

  • GATO-DO-MATO-GRANDELeopardus geoffroyi

    © Diego Hernan Perez, algunos derechos reservados (CC BY)

  • PUMAPuma concolor

    © Pablo Alejandro Pla, algunos derechos reservados (CC BY-NC)

  • EMARhea americana

    © Pablo Preliasco, algunos derechos reservados (CC BY-NC)

  • VISCACHALagostomus maximus

    © Diego Hernan Perez, algunos derechos reservados (CC BY)

  • TATU-MULITADasypus hybridus

    © Diego, algunos derechos reservados (CC BY-NC)