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BOAS PRÁTICAS PECUÁRIAS Cerrado

Brasil

Com quase 2 milhões de km², o Cerrado é a savana com maior biodiversidade do mundo e abriga 5% dos animais e plantas do planeta 11.
É uma fonte importantíssima de água doce em termos globais. Além disso, 70% da sua biomassa é subterrânea, armazenando enormes quantidades de carbono nos solos.

BIODIVERSIDADE

A região abriga cerca de 11.000 espécies de plantas, 200 espécies de mamíferos, 860 espécies de aves, 180 espécies de répteis, 150 espécies de anfíbios, 1.200 espécies de peixes e 90 milhões de espécies de insetos. Ali se encontram espécies animais em vias de extinção ou vulneráveis, como o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) e o tatu-bola (Tolypeutes tricinctus).

© WWF Brasil

PROBLEMÁTICAS

Mais de 50% do bioma já foi modificado, principalmente para pastagem e agricultura. Segundo o MapBiomas, em 2023 o Cerrado superou a Amazônia como bioma mais desmatado do Brasil. A destruição e a fragmentação do hábitat são atualmente a maior ameaça a esse bioma. Se a conversão continuar no ritmo dos últimos anos, o Cerrado pode desaparecer nas próximas três décadas. O uso indiscriminado de pesticidas e fertilizantes também já contaminou o solo e as águas subterrâneas. 

  • Falta de proteção ambiental legal para impedir a conversão de ambientes naturais.
  • Avanço das monoculturas, causando degradação ambiental.
  • Aumento do risco socioambiental para as comunidades tradicionais que contribuem para a conservação.

O Cerrado é um dos ecossistemas mais antigos e ricos do planeta, em termos de formas de vida. A flora, a fauna e a cultura existentes fazem deste bioma uma das regiões naturais mais importantes a ser preservada para as gerações futuras. No entanto, é possível conciliar a produção de alimentos com a conservação ambiental e sociocultural do Cerrado. Para isso, ele não deve ser transformado legal ou ilegalmente, e devem ser utilizadas boas práticas que conservem ou recuperem solos, pastagens e água.

A principal ameaça à sobrevivência do Cerrado é o avanço indiscriminado da fronteira agrícola. Sua conversão em monoculturas, especialmente de soja, é uma das principais ameaças ao socioecossistema. A perda de hábitat das espécies autóctones, a contaminação dos solos e os conflitos com as populações tradicionais estão entre os principais desafios para a conservação desse território.

A monocultura florestal, especialmente de espécies exóticas, é outra ameaça, pois introduz agroquímicos e degrada a paisagem e o ecossistema, também prejudicando a sobrevivência de espécies nativas da fauna e da flora.

Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o ecossistema brasileiro que mais sofreu alterações devido à ocupação humana. A pecuária extensiva e de baixa produtividade é um dos principais fatores de degradação da ecorregião, já que é onde se concentram as maiores fazendas de gado do país. As queimadas, método muito utilizado para a retirada da vegetação original, intensificam a poluição atmosférica, além de reduzir os nutrientes da terra, e aumentam o uso de agroquímicos que contaminam o solo, os lençóis freáticos e os rios.

Incêndios florestais, obras de infraestrutura, principalmente Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGH) e a demanda por carvão vegetal de árvores nativas para a indústria siderúrgica também são ameaças para esse bioma.















O Cerrado é um dos ecossistemas mais antigos e ricos do planeta, em termos de formas de vida. A flora, a fauna e a cultura existentes fazem deste bioma uma das regiões naturais mais importantes a ser preservada para as gerações futuras. No entanto, é possível conciliar a produção de alimentos com a conservação ambiental e sociocultural do Cerrado. Para isso, ele não deve ser transformado legal ou ilegalmente, e devem ser utilizadas boas práticas que conservem ou recuperem solos, pastagens e água.

A principal ameaça à sobrevivência do Cerrado é o avanço indiscriminado da fronteira agrícola. Sua conversão em monoculturas, especialmente de soja, é uma das principais ameaças ao socioecossistema. A perda de hábitat das espécies autóctones, a contaminação dos solos e os conflitos com as populações tradicionais estão entre os principais desafios para a conservação desse território.

 

A monocultura florestal, especialmente de espécies exóticas, é outra ameaça, pois introduz agroquímicos e degrada a paisagem e o ecossistema, também prejudicando a sobrevivência de espécies nativas da fauna e da flora.

Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o ecossistema brasileiro que mais sofreu alterações devido à ocupação humana. A pecuária extensiva e de baixa produtividade é um dos principais fatores de degradação da ecorregião, já que é onde se concentram as maiores fazendas de gado do país. As queimadas, método muito utilizado para a retirada da vegetação original, intensificam a poluição atmosférica, além de reduzir os nutrientes da terra, e aumentam o uso de agroquímicos que contaminam o solo, os lençóis freáticos e os rios.

Incêndios florestais, obras de infraestrutura, principalmente Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGH) e a demanda por carvão vegetal de árvores nativas para a indústria siderúrgica também são ameaças para esse bioma.

Oportunidades

Algumas das ações necessárias para deter o avanço da fronteira agrícola insustentável são:

Políticas públicas que garantam a aplicação das normas existentes e estratégias de financiamento sustentáveis.

Envolvimento das cadeias produtivas em compromissos de degradação e conversão zero.

© Augusto Alves Simão / WWF Brasil

Boas práticas pecuárias

A implementação de BPP permite aumentar significativamente a produção em áreas já convertidas, ao mesmo tempo que ajuda a reduzir a pressão sobre as áreas naturais remanescentes. As boas práticas são:

Recuperar as pastagens naturais degradadas.

Realizar uma boa gestão do solo na fazenda, preparando-o de forma menos agressiva e restaurando áreas de solo exposto.

Construir barragens e bebedouros e utilizar canais, bombas, encanamentos e tanques escavados para fornecer água ao gado, evitando que os animais percorram mais de 2 km para se hidratar.

Conservar a vegetação em áreas próximo a cursos d’água e projetar uma infraestrutura de água adequada para o gado.

Utilizar uma abordagem de paisagem para garantir a conectividade e aplicar um gerenciamento e planejamento holísticos de campos e pastagens, mantendo sua estrutura e funcionalidade, dando prioridade às espécies nativas.

Favorecer a coexistência harmônica entre animais domésticos e selvagens.

Reduzir e, de preferência, eliminar o uso de agroquímicos e aumentar o uso de bioinsumos.

Garantir condições de trabalho adequadas, respeitar os direitos dos trabalhadores e gerar oportunidades de crescimento pessoal e treinamento de acordo com as responsabilidades e tarefas.

© Andre Dib / WWF Brasil

ESTUDO DE CASO FAZENDA MILLENIUM – CERRADO

MARACAJU, MATO GROSSO DO SUL, BRASIL.

A fazenda Millenium é um exemplo de superação e reflete a filosofia de vida dos seus proprietários, Thimoteo Lobreiro e Maura Correa. Eles conseguiram transformar uma terra que estava quase totalmente degradada em um modelo de produção pecuária sustentável, com 1.500 cabeças de gado, que atualmente conserva 75% de sua superfície 12. Produzem carne orgânica certificada pelo Instituto de Biodinâmica (IBD) e são membros da Associação Brasileira de Produtores Orgânicos (ABPO).

ÁREAS DE SUPERFÍCIE POR TIPO DE AMBIENTE (HECTARES)

  • 1.093Área total

  • 863Pastagens naturais

©WWF Brasil

Características

  • Taxa de lotação

    Taxa média de lotação de 1,2 unidade animal/ha.

  • Custos de produção

    47,1% mais eficiente do que o custo estimado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)

  • Taxa de mortalidade

    Redução da taxa de mortalidade de bezerros ao longo dos anos.

  • Manejo

    Pecuária de ciclo completo altamente eficiente com rodízio de piquetes. São implementadas práticas agroecológicas para o manejo do solo, do pasto e da forragem.

  • Produtividade

    Taxa de reprodução de 95% e taxa de prenhez de 84%, acima da média nacional. Ganho de peso melhorado em mais de 50%, chegando a 110 kg, acima da média nacional.

  • Eficiência da produtividade

    Melhoria no ganho de peso de 52% (em fêmeas) e 51% (em machos), 110 kg acima da média nacional de 88 kg. O peso vivo antes do abate aumentou nos últimos três anos em 7,2% (fêmeas) e 4,4% (machos). A produção vendida é de 88 kg/ha/ano.

  • Solos

    Aumento da matéria orgânica e do conteúdo de microminerais na forragem.

  • Fertilização

    Uso de adubo orgânico e biofertilizantes enriquecidos com microrganismos, minerais e gramíneas nativas.

  • Nutrição

    Redução de 44 g no consumo de sal mineral em um período de 4 anos.

  • Saúde e nutrição animal

    Fitoterapia e bioinsumos em nutrição e saúde animal. O manejo nutricional permite índices zootécnicos acima da média nacional.

BIODIVERSIDADE

O modelo de manejo de pastagens garante a proteção das fontes de água e contribui para a conservação da biodiversidade local e a preservação do hábitat natural da fauna local. As espécies arbustivas são mantidas para a preservação do Cerrado e para favorecer o bem-estar dos animais com áreas com sombra e proteção contra o vento, por exemplo.

  • ESQUILO-AMAZÔNICO-DO-SULSciurus spadiceus

    © Chaco Films – WWF Paraguay

  • LOBO-GUARÁChrysocyon brachyurus

    © Patricia Roche – WWF Paraguay

  • ARARA-VERMELHAAra chloropterus

    © Gianfranco Mancusi WWF Paraguay

  • TAMANDUÁ-BANDEIRAMyrmecophaga trydactyla

    © Fernando Allen – WWF Paraguay

  • QUEIXADATayassu pecari

    © Gianfranco Mancusi WWF-Paraguay