É a maior selva tropical do mundo e quase 65% de seus 7 milhões de km² pertencem ao Brasil. Possui pelo menos 10% da biodiversidade conhecida mundialmente, 20% da água doce do mundo, abriga cerca de 350 comunidades indígenas e armazena os maiores estoques terrestres de carbono, essenciais para o combate às mudanças climáticas 7.
BOAS PRÁTICAS PECUÁRIAS AMAZÔNIA
Brasil
BIODIVERSIDADE
Mais de 40.000 espécies de plantas, 3.000 espécies de peixes, 1.300 espécies de aves, 427 espécies de mamíferos, 400 espécies de anfíbios e 378 espécies de répteis, entre as quais muitas estão ameaçadas de extinção 8.
© André Dib / WWF Brazil
PROBLEMÁTICAS
Segundo Inpe, a Amazônia Legal perdeu 9.064 km² de floresta entre agosto de 2022 e julho de 2023. E de acordo com Imazon, a principal causa da supressão da vegetação é a implantação de pastagens para a pecuária, que representa cerca de 90% do desmatamento ilegal. Atualmente, o gado nessa região constitui 20% do total do Brasil. Se não forem adotadas medidas de fiscalização mais eficazes, a pecuária pode provocar a destruição de até 3 milhões de hectares entre 2023 e 2025.
- Perda de biodiversidade.
- Degradação do solo.
- Diminuição do fornecimento de serviços ecossistêmicos vitais.
A pecuária pode coexistir, em pequena escala e sem relação com o desmatamento, legal ou ilegal, se for desenvolvida com a adaptação de práticas de eficiência produtiva, ou em sistemas agroflorestais ou de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. Além disso, deve considerar que a mão de obra seja local e remunerada de forma justa, respeitando os direitos territoriais dos povos e comunidades amazônicas. Por outro lado, o modelo sustentável, em comparação com os atuais, contribui para a redução dos impactos ambientais negativos, como as emissões de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera.
A pecuária insustentável cresceu rapidamente na Amazônia, estimulada por políticas governamentais e pela demanda do mercado. Como resultado, o desmatamento, associado a esse e a outros fatores, é um dos principais problemas socioambientais no Brasil e no mundo. Além do desmatamento, a destruição da Amazônia traz consigo o aumento de queimadas, de conflitos com povos indígenas e de grilagem de terras.
O desmatamento da floresta de maior biodiversidade do mundo para abrir espaço para agricultura, especialmente a monocultura da soja, é outra grande ameaça à região e tem aumentado exponencialmente. As lavouras impacatm a permanência das espécies de forma negativa, por meio da perda de hábitat e do uso intensivo de pesticidas. Esses produtos também contaminam o solo e a água. Por outro lado, a expansão das monoculturas também gera conflitos territoriais e violações dos direitos dos povos e populações tradicionais, bem como a extinção de espécies culturalmente relevantes na região.
A construção de obras de infraestrutura, como estradas mal planejadas que beneficiam apenas grandes produtores e usinas hidrelétricas, além de áreas de garimpo para a extração de minerais e ouro, especialmente as ilegais, ameaçam a vida de pessoas e espécies na floresta amazônica. Essas atividades causam poluição da água e do solo, conflitos e violação de direitos, provocam surtos de doenças, desconectam hábitats de espécies e dificultam, muitas vezes até impossibilitando, a manutenção do modo de vida das pessoas que habitam esses territórios.
Oportunidades
Projetos inovadores que usam BPP conseguiram aumentar a eficiência produtiva nas áreas autorizadas para produção (20% da área total das fazendas), respeitando a legislação ambiental e gerando menor impacto na natureza e na biodiversidade. Dentre eles estão o projeto PECSA (estudo de caso) e o Projeto Solidariedade, no estado do Pará, com foco na implementação de sistemas agroflorestais que integram a pecuária e a produção agroflorestal de cacau.
© WWF Brasil / Adriano Gambarini
Boas práticas pecuárias
A implementação de boas práticas em todas as etapas da produção pecuária promove melhorias na produtividade e na lucratividade das fazendas, além de contribuir para a saúde e o bem-estar humano e animal em harmonia com a natureza. São elas:
© WWF Brasil
ESTUDO DE CASO PROGRAMA NOVO CAMPO – ESTRATÉGIA DE PECUÁRIA SUSTENTÁVEL DA AMAZÔNIA – AMAZÔNIA.
MATO GROSSO, BRASIL.
O Instituto Centro de Vida (ICV) realizou experimentos no âmbito dos programas Novo Campo e Conect@gro. Foi testado um novo modelo de produção baseado na gestão integrada da propriedade, promovendo a adoção progressiva de boas práticas pecuárias. A implementação foi baseada em diagnósticos individuais e planos de adaptação desenvolvidos para cada fazenda, incluindo elementos como gestão de pessoal, controle de custos de produção, gestão ambiental e de pastagens e instalação de tecnologias, entre outros 10.
ÁREAS DE SUPERFÍCIE POR TIPO DE AMBIENTE (HECTARES)
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30.906Área total
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21.706Vegetação nativa
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9.200Pastagens
© WWF Brasil
Características
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Eficiência da taxa de lotação bovina
Aumento da taxa média de lotação de 0,8 unidade animal/ha para 2,8 unidade animal/ha.
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Eficiência da produtividade
Aumento da produtividade de 57 kg/ha/ano para uma média de 330 kg/ha/ano, eliminando a invasão da produção em áreas naturais.
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Manejo
Intensivo e altamente eficiente, aliado à preservação dos recursos naturais.
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Emissões de GEE
Redução de até 20% das emissões por hectare e de até 90% por kg produzido (de 53,5 t CO2/kg para 7 t CO2/kg).
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Emprego
Técnicos e funcionários do estabelecimento qualificados, com acesso à educação e ao sistema de saúde. Salários médios compatíveis com o nível de qualificação
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Qualidade da água
Abastecimento de água com distribuição em bebedouros por gravidade para garantir sua qualidade.
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Fertilização
De acordo com as recomendações técnicas baseadas na análise do solo.
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Sanidade, nutrição e rastreabilidade dos animais
Manejo rotacionado de pastejo com adubação estratégica seguindo orientações técnicas. Suplementação nutricional tática, respeitando integralmente as normas sanitárias e de bem-estar animal. Rastreabilidade de 100% do gado com identificação individual e monitoramento dos fornecedores de bezerros em relação ao desmatamento.
BIODIVERSIDADE
Preservação de áreas nativas respeitando o Código Florestal Brasileiro (80% de área protegida).
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GARÇA-AZULArdea herodias
© Arthur Grossman
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SUAÇUBOIACorallus hortulanus
© Zig Koch
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ARARA VERMELHAAra macao
© Adriano Gambarini
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ARAÑA SALTARINAMenemerus bivittatus
© Zig Koch
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BOTO-COR-DE-ROSAInia geoffrensis
© Kevin Schafer